A imensidão do nada
A imensidão do nada
Uma gaivota que grita
todos os gritos de revolta
todas as lutas da evolução
todos os suspiros da criação
e o nada revolteia como se fosse tudo
um universo mais
que diferença fará?
Uma onda mais que morre na praia
ou que se sublima em sol, areia e amor
só mais uma onda
só mais um universo
um mar
que diferença fará?
Milhões são mortos
mas todas as penas de todas as aves são contabilizadas
como pode ser?
como pode?
Há uma roda, que tudo destina
Um ciclo, que tudo retorna
o bem e o mal, águas abundantes da criação
o amor como aguadeiro
e uma luz pálida preside
ao descer da espada
ninguém pode fugir
o tempo é a armadilha perfeita
as emoções o visco
e as palavras apenas palha
as palavras apenas palha
Bem vindo
agora que já completaste o círculo
eis-te aqui de novo
bem menos desafiador
mais sábio e conhecedor
gosto do teu equilíbrio
agridoce, zen
o coração maior que tudo
a consciência perfeita
a constatar imperfeições
a onda na praia que volta
regressa de onde veio
e retorna para de onde não voltará
meras folhas que caem ao primeiro vento
emoções que descolam como selos velhos
e o ouro por debaixo a reluzir
oh, meu deus, é mesmo verdade!
gente de pouca fé, vedes
o ouro reside no nada imenso de todos os universos
o ouro é afinal o amor
e poucos suspeitavam
e nenhum acreditava
na imensidão do nada
na imensidão do amor
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