Wednesday, April 11, 2012
deixar de ser escravos e outras chatices....
Aprender
Wednesday, August 03, 2011
espera
Espera.
Nada desespera.
A não ir em vez de ninguém.
Voltar atrás?
O maior espectáculo do mundo.
Voar como se não estivesse lá.
Através do mar das lágrimas em Agosto.
Castanheiros tanto faz.
A não ver se entra, se entra.
A meu ver...
Outra vez, concerteza.
E da outra vez?
Só nos resta a espera.
A alvorada.
Sempre enevoada, enojada.
Enviuvada.
Laranjeiras em flor.
Só o amor.
Salvação de querer.
Sentimento para esquecer?
Só me apetece estar.
Deixar andar.
Sair e entrar.
Sair e entrar.
Esperar.
Saturday, July 23, 2011
Pairar
Pairar...
voar, sem tocar
nos pés de ninguém
só cabeças ao vento
e orelhas felizes
nuvens indisciplinadas
e folhas rodopiantes
o sol de perto
a ver os sonhos
a ter o que não se sonha
a compreender
voar em liberdade
tentando pairar
flutuar, sem peso
deslizando na brisa
o chão perto
chapéus voam
se foram amarelos
e luvas escarlates
só se forem amarelas
abençoadas
excomungadas
só me apetece chorar
a ter-te truncada
a ter-te amargurada
viciada, amaldiçoada
pára de me revoltear
as ideias enrolantes
segue em frente
ao pé do amor, vira à esquerda
e ama, como se não houvesse amanhã
ironia do não haver
avançada, ironizada
vamos amanhã todos
atrás do passado fugidio
passar as mãos pelas palavras
agrestes, secas
vamos acariciar cérebros expostos
células deslumbradas
avisadas, em tons de azul
em ânsias de madrugada tímida
de haver sem querer
e perder o mais belo nascer
o mais belo solar
mascarado de lua, de raiva
cravo os dedos na mão
amando com todos os poros
armando uma cena desviada
alarmada e alaranjada
posso haver apenas amanhãs
mas deixo de levar as capas para brincar aos amarelos
zanga ferrada, antiga, antiga
e deixar-me ir
ao sabor do sabor
ao amargurar do amor
anátema silencioso do deslevo mais enrugado
iluminado pelas minhas mais luminosas
partes, compartes, artes
avisem-me quando não puder mais
pairar a meu gosto
desgosto em agosto
aniversário de mosto
mais celebrado o aniversado
alimado de torcer o mais bem amado nariz
ao ranger da aurora, da farsa
não podemos apanhar mais do que o dia
o dia a dia, avantajado
na sua insignificância morna
ao entardecer
sorvendo a tarde perfumada
em tragos de trazer
de perceber o prazer
que é, ou não é, nem deixa de ser
para onde vai a estarrecer
depois de pairar a fugir
no ar, no areal
a voar, com a elegância do pardal
do cenário mais ácido possível
ou não
texturas loucas, a saber a limão
houve, em tempos, aqui um rei
uma mágoa mor
antes do dilúvio do meu delírio
pairemos então, ligeiramente
volitemos alegremente
o labor de saber o amor
de voar ao sabor de sabe-se lá o quê
voemos livremente, para lá da liberdade
corramos a pé e sentados
almejaremos alcançar
chuva, marulhar e trovejar
sentados ao luar
arco íris para decorar
ai deste delírio livrar
ao ar, ao ar
o que é preciso é voar.