gosto de pôres do sol
gosto de pôres do sol que se me encaminham fundo
que latejam como uma grande febre
que me consomem como anos
que me ardem
que me transformam em pó
pó dos anos e dos milénios
que é feito de ti, amigo?
que é feito do grande sol?
verdade incompreensível
achado precioso e transcendente
queimadura incurável nas nossas almas rasgadas e impacientes
és um verdadeiro cavaleiro
golpeando inimigos a toda a brida
e porque é que o mar aceita todos esses cais que se lhe penduram?
e os peixes, porque dormem eles?
se calhar, também quero comer algas e beber sal
respirar a vida e trespassar-me de luz
rasgar o verde ... o nosso verde
e espreguiçar uma vontade nunca confessada, mas sempre presente
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