Sunday, February 05, 2006

O espaço

O espaço
Infinito
Ínfimo
Íntimo
Insustentável
Indefinível
Inconquistável
Ilimitado
Na palma de cada um de nós
No descanso da nossa esquizofrenia
Na esquina do nosso sossego
Na janela dos nossos amanhãs

Deuses e guerreiros
Ignorando as invocações dos que sofrem

E as mulheres belas, belíssimas
Amargo bálsamo
Doce absinto radioactivo

Não chegam os espaços e os tempos
Queremos mais

Queremos chegar
Abarcar espaços, viver tempos
Sentir frio e sorrir

Olhos na boca
Mãos nos olhos
Ternura nas mãos
Na palma de cada um de nós

Ignoramos para onde vamos
Mas queremos chegar
A casa, a nós
Aos outros que aguardam
Envelhecendo

Sabemos que já não demoramos muito
Porque o espaço é infinito mas ínfimo
Íntimo mas indefinível
Insustentável mas inconquistável
Ilimitado
Na palma de cada um de nós
Na palma de cada um de vós
Que aguardam
envelhecendo